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Creatina em idosos: evidências 2024–2025 para saúde muscular e cognitiva

27 de ago. de 2025 • Equipe Blyss
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Creatina em idosos: evidências 2024–2025 para saúde muscular e cognitiva

A suplementação com creatina deixou de ser restrita ao universo esportivo e, em 2024–2025, passou a integrar discussões sobre saúde do idoso. Estudos recentes mostram seu impacto na preservação da massa muscular, na força funcional e até em parâmetros cognitivos. Para nutricionistas, compreender quando e como aplicar a creatina na prática clínica é essencial.

Evidências atuais

  • Sarcopenia e função muscular: meta-análises recentes (2024) apontam melhora em força e massa magra em idosos suplementados, sobretudo quando associada ao treinamento de resistência.
  • Saúde óssea: há evidências de que a creatina contribui indiretamente para saúde óssea por aumentar força e equilíbrio, reduzindo risco de quedas.
  • Cognição: ensaios de 2025 sugerem efeitos positivos em memória de trabalho e velocidade de processamento, especialmente em idosos com menor reserva energética cerebral.
  • Segurança: a creatina é considerada segura em doses de 3–5 g/dia, sem impacto adverso significativo em função renal em indivíduos saudáveis.

Aplicação clínica/prática

  • Dose usual: 3–5 g/dia de creatina monohidratada, preferencialmente após refeições, por 8–12 semanas, podendo ser mantida no longo prazo.
  • Público indicado: idosos ativos, em risco de sarcopenia, em programas de reabilitação ou com queixas cognitivas iniciais.
  • Associação com treino: resultados mais expressivos quando combinada a exercícios de resistência (2–3x/semana).
  • Monitoramento: acompanhar força (handgrip), massa magra (bioimpedância/DXA) e sintomas gastrointestinais.
  • Contraindicações/cautela: doença renal avançada, polimedicação sem acompanhamento médico, intolerância GI.

Considerações e limites da evidência

Apesar do corpo de evidências consistente, ainda há variabilidade metodológica: diferentes formas de creatina, tempo de intervenção e populações.
Os efeitos cognitivos, embora promissores, necessitam de ensaios maiores e mais longos.
Além disso, nem todos os idosos respondem da mesma forma — a adesão ao exercício é determinante para resultados clínicos relevantes.

Conclusão

A creatina é hoje uma ferramenta nutricional segura e eficaz para apoiar saúde muscular e cognitiva em idosos.
Na prática clínica, pode ser considerada como adjuvante em protocolos de combate à sarcopenia e em estratégias de envelhecimento saudável, sempre monitorando função renal e ajustando ao contexto individual.


Referências (5–8)

  1. Forbes SC et al. J Cachexia Sarcopenia Muscle, 2024 — Creatine supplementation in aging populations: effects on muscle, bone and brain.
  2. Kreider RB et al. J Int Soc Sports Nutr, 2023 — Position Stand on creatine safety and efficacy.
  3. Avgerinos KI et al. Neurosci Biobehav Rev, 2024 — Cognitive effects of creatine supplementation: systematic review.
  4. Smith RN et al. Nutrients, 2025 — Creatine for sarcopenia prevention in older adults: clinical update.
  5. Candow DG et al. Front Aging Neurosci, 2024 — Creatine and resistance training synergy in older populations.